Tecnologia dos Equipamentos Elétricos
Medição e Proteção
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Caro(a) estudante!
A energia elétrica, nas etapas de geração, transmissão e distribuição (GTD), atinge níveis de tensão e corrente diferentes, passando por um processo de transformação. Nesse processo, temos a elevação ou o rebaixamento dos níveis de tensão, a fim de atender a determinado tipo de carga, podendo ser para uma indústria que consome grande quantidade de energia ou, até mesmo, para os alimentadores de uma cidade. Os equipamentos responsáveis por esse fenômeno de transformação são os transformadores, que podem ser de corrente, de potencial e de força ou de potência. Cada tipo apresenta particularidades, atuando na medição e na proteção do sistema elétrico de potência. No decorrer desta unidade, serão apresentadas as características construtivas, o funcionamento e as aplicações de cada um desses equipamentos, assim como as normativas que regulamentam o uso deles. E, no quesito de proteção, será estudado o disjuntor de alta tensão, que também está presente na GTD, que, com os transformadores, assegura o funcionamento do sistema elétrico. Ao compreender esses assuntos, você será capaz de analisar, avaliar e solucionar situações em que esses equipamentos estejam presentes.
Vamos lá?
Bons estudos!
O Transformador de Corrente (TC) é o equipamento que realiza a transdução da corrente elétrica para níveis apropriados, para dispositivos que não possuem capacidade de suportar as correntes elétricas elevadas. Segundo Mamede Filho (2013), os TCs são equipamentos que permitem que os instrumentos de medição e proteção possam funcionar de forma correta, padronizando um valor de corrente na saída dos terminais.
A redução da corrente nos terminais secundários acontece pela relação de espiras entre os terminais, devido ao fenômeno eletromagnético de indução. Pode ter uso tanto em média tensão como em baixa tensão, o que dependerá da isolação do equipamento à tensão em que atuará. A relação de transformação é dada por:
\(RTC~=~{{N}_{2}}/{{N}_{1}}={{I}_{1~}}/{{I}_{2}}~\) (2.1)
RTC é a relação nominal do TC; \({{N}_{1}}\) é a quantidade de espiras no primário; \({{N}_{2}}\) é a quantidade de espiras no secundário; \({{I}_{1}}\) é a corrente no primário do TC; e \({{I}_{2}}\) é a corrente no secundário (CHAPMAN, 2013). Todo TC é padronizado para apresentar, na saída, uma corrente de 5 A. Dessa forma, para um TC que tenha uma relação de 50, e sabendo que a corrente nominal de saída é de 5A, podemos determinar a corrente máxima que é suportada no primário do TC como sendo de 250 A.
Segundo Mamede Filho (2013), o TC pode operar com uma tensão variável, que dependerá da corrente no primário e da carga no secundário. E, de acordo com a Eq. 2.1, podemos ver que a relação de transformação de corrente é inversamente proporcional ao número de espiras entre os enrolamentos primário e secundário.
A Tabela 2.1 lista algumas das relações de transformação dos TCs que são comercializados.
#PraCegoVer: a tabela lista as principais relações de transformação dos transformadores de corrente que são comercializadas. A tabela é composta de “Corrente primária nominal (A)” e “Relação nominal”, e os valores se relacionam da seguinte forma: 5 — 1:1; 10 — 2:1; 15 — 3:1; 20 — 4:1; 25 — 5:1; 30 — 6:1; 40 — 8:1; 50 — 10:1; 60 — 12:1; 75 — 15:1; 100 — 20:1; 125 — 25:1; 150 — 30:1; 200 — 40:1; 250 — 50:1; 300 — 60:1; 400 — 80:1; 500 — 100:1; 600 — 120:1; 800 — 160:1; 1000 — 200:1; 1200 — 240:1; 1500 — 300:1; 2000 — 400:1; 2500 — 500:1; 3000 — 600:1; 4000 — 800:1; 5000 — 1000:1; 6000 — 1200:1; 8000 — 1600:1.
Podemos dizer que o TC foi desenvolvido porque é impossível instrumentos de medição trabalharem com altas correntes, já que são utilizados circuitos eletrônicos muito sensíveis às variações de corrente, a fim de reduzir os erros presentes nas medições.
A construção dos transformadores de corrente pode ocorrer de diferentes formas e ter usos distintos. O TC deve ser colocado em série no circuito de alta, provocando uma pequena queda de tensão no sistema. Em virtude disso, o circuito primário tem a composição de poucas espiras de fios grossos, e o secundário, muitas espiras de fio fino.
Há vários formatos de características construtivas, porém poderíamos dividi-los em três tipos: enrolado, janela e barra. A principal vantagem da utilização de transformadores de correntes é ter a possibilidade de usar os equipamentos de medição de menor porte, o que garante a segurança, possibilita monitorar a distância e as fases, bem como analisar o desbalanceamento de sistemas. As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito primário. As correntes nominais do secundário são, geralmente, 5 A. No caso de aparelhos, como relés de proteção, instalados distantes dos TCs, é possível que a tensão do secundário seja 1 A, para reduzir a queda de tensão nos fios de interligação.
O sinal de dois pontos (:) deve ser usado para indicar a relação de transformação de dois enrolamentos diferentes do TC. O hífen (-) deve ser usado para separar a corrente nominal. Já a barra (/) indica e separa as correntes primárias nominais.
As cargas nominais dos TCs devem ser especificadas conforme a carga que será ligada no secundário. Essas cargas são padronizadas pela NBR 6856.
#PraCegoVer: a tabela mostra características elétricas presentes nos transformadores de corrente, tais como “designação”, “resistência”, “indutância”, “potência nominal”, “fator de potência” e “impedância”. Para a coluna de “Designação”, temos as unidades C2.5; C5.0; C12,5; C25; C50; C100; C200. Para a coluna de “Resistência”, os valores, em \(\Omega \), são: 0,09; 0,18; 0,45; 0,50; 1,00; 2,00; 4,00. Para a coluna de Indutância em mH, os valores são: 0,116; 0,222; 0,580; 2,300; 4,600; 9,200; 18,400. Para a coluna de “Potência nominal em VA”, os valores são: 2,5; 5,0; 12,5; 25,0; 50,0; 100,0; 200,0. Para a coluna de “FP”, os valores são 0,9; 0,9; 0,9; 0,5; 0,5; 0,5; 0,5. Para a coluna de “Impedância”, os valores, em \(\Omega \), são: 0,1; 0,2; 0,3; 1,0; 2,0; 4,0; 8,0.
Para um TC, a carga secundária é representada pelo valor da impedância formada pelos diferentes equipamentos ligados ao secundário. A carga nominal é calculada pela fórmula:
\(Z=~\frac{P}{I{}^\text{2}}\) (2.2)
Exemplo: TC C200 para o secundário de 5A.
Z=200/(5)²
As cargas devem ser dimensionadas:
C= \(\Sigma C~+L~+Z+~I{}^\text{2}\) (VA) (2.3)
\(\Sigma C\) — soma das cargas.
I — corrente nominal do secundário (5A ou 1A).
Z — impedância do condutor em \(\Omega /m\).
L — comprimento do fio condutor.
O fator de sobrecorrente (F) é um fator de segurança. Este deve ser multiplicado pela corrente nominal primária, obtendo-se a máxima corrente no primário até o limite da classe de exatidão, que, pela norma NBR 6856, deve ser, pelo menos, 20 vezes o valor da corrente nominal (ABNT, 2021a).
\(F=~\frac{{{C}_{S}}}{{{C}_{N}}_{{}}}x~{{F}_{s}}\) (2.4)
\({{C}_{s}}\) — carga no secundário.
\({{F}_{s}}\) — fator de sobrecorrente nominal.
\({{C}_{N}}\) — carga nominal.
O TC é um equipamento monofásico com dois enrolamentos, conhecidos como primário e secundário, que são eletricamente isolados, porém são acoplados magneticamente. Nos princípios de funcionamento, são diferenciados os TCs de medição e os de proteção.
Os TCs têm enrolamentos primários com poucas espiras — na maioria dos casos, uma única espira. Os enrolamentos secundários, por sua vez, têm muitas espiras. Ao secundário, são ligados medidores e relés. No caso de fazer uma especificação, alguns dados de avaliação são importantes; são eles:
Na Figura 2.1, temos a representação do funcionamento do TC. Vemos que o enrolamento primário permanece em série com o restante do circuito, e que, por meio do fenômeno de indução eletromagnética, uma corrente induz uma corrente no enrolamento secundário, podendo ser lida por um instrumento de medida.
#PraCegoVer: representação do funcionamento do TC. Na figura, há um fio passando por dentro do TC, sendo indicado o caminho de cada corrente (primária e secundária, assim como os enrolamentos). A corrente primária induz uma corrente na espira secundária, cuja leitura de corrente está sendo feita por um display de LED, que mostra, no visor, uma leitura de 226V, 47,3 A e 50 Hz.
O fenômeno físico de indução eletromagnética é o responsável pela conversão de corrente em diferentes níveis; a indutância mútua, por sua vez, é um efeito secundário da indução, presente nos transformadores de corrente, de potencial e de potência. As máquinas elétricas funcionam por meio da indução eletromagnética, e os transformadores são máquinas elétricas, assim como os motores elétricos. A construção do núcleo dos transformadores melhora o processo de indução, fazendo com que haja menos perdas e aumentando a eficiência da transformação.
Para se especificar um TC, devem-se levar em conta as seguintes características.
As normas ajudam a definir as principais características elétricas e mecânicas, bem como os demais requisitos básicos para o fornecimento de transformadores de corrente indutivos monofásicos. Algumas normas recomendadas:
Todas as normas apresentam um tópico visando ao funcionamento, à produção de ensaios e à forma de uso de transformadores de corrente.
Mamede Filho (2013) faz a distinção das duas aplicações dos TCs da seguinte forma: os transformadores de corrente apresentam duas aplicações, medição e proteção. Cada uma dessas aplicações apresenta níveis de parâmetros distintos em relação ao nível de complexidade. Em uma subestação, tanto de média tensão como de alta tensão, temos a presença de ambos os tipos de TCs. Para a medição, existem critérios quanto à exatidão, que deve ser máxima, e o erro deve ser mínimo. Esse tipo de TC é o que a concessionária instala para faturar a energia consumida. São instalados próximos ao medidor de energia, pela própria concessionária, para não haver risco de intervenção. Na medição, a leitura é realizada pelo medidor, que transforma o nível de corrente de média tensão em um valor de corrente 5 A ou 1 A. O padrão de corrente, no secundário, vai depender do equipamento que será ligado; caso este seja especificado para 5 A, então, o TC deve ser do tipo Ip/5, sendo Ip a corrente no primário.
Na proteção, a exatidão e o erro dos TCs não são tão precisos quanto na medição. Isso porque o TC de proteção deve conseguir transformar a corrente da rede, de forma que o relé de proteção possa atuar quando ocorrer alguma falha na rede elétrica. Dessa forma, a sensibilidade não precisa ser tão alta, mas o transformador não deve saturar o núcleo, pois isso prejudica a leitura do relé de proteção, transmitindo leituras erradas de corrente (MAMEDE FILHO, 2013).
Quando vamos realizar o dimensionamento do TC, devemos considerar que os TCs precisam suportar a corrente de carga, e não sofrer com os efeitos da saturação do núcleo que pode ocorrer nas condições críticas de curto-circuito. O TC deve ter um fator térmico e de sobrecorrente de, pelo menos, 20% acima da corrente nominal. O projetista deve especificar o valor máximo do erro para o TC de medição e para o de proteção. A corrente de saturação para TCs de proteção e medição são diferentes. Para TCs de proteção, a corrente de saturação é de 20xIn, sendo In a corrente nominal. Para TCs de medição, a corrente de saturação é de 4xIn, como mostrado na Figura 2.2 (MAMEDE FILHO, 2013).
#PraCegoVer: a figura é um gráfico, que mostra o eixo x em lp, com os valores 4xlp e 20xlp, e o eixo y em ls, com valores 4xls e 20xls, partindo de zero, e apresenta dois picos: em 4 e em 20, no encontro de x e y. Em 4, apontam-se TCs para medição, e, em 20, apontam-se TCs para proteção.
Neste tópico, conhecemos o TC, bem como o uso na medição e na proteção, e a importância dele para o sistema elétrico de potência, tanto para a alta como para a baixa tensão. Devemos seguir as normas brasileiras e internacionais na hora de escolhermos o TC para determinado uso, pois cada TC apresenta limitações físicas de tamanho e elétricas, na questão de isolamento de tensão e de cargas que serão alimentadas. A atenção às especificações desses equipamentos evita que erros de projeto venham a acontecer quando forem implantados. Entendemos seu princípio de funcionamento eletromagnético por indução e como é posicionado frente ao circuito em que será realizada a transformação de corrente.
É necessário conhecer as especificações técnicas de equipamentos ao dimensionar um dispositivo para proteção ou para medição. No caso de transformadores de corrente para serviço de medição, é necessário determinar a carga que será acoplada ao secundário. No caso de os transformadores destinados ao serviço de proteção, é necessário conhecer, além da carga dos aparelhos que serão ligados ao secundário, as condições transitórias das correntes de defeito.
MAMEDE FILHO, J. Manual de equipamentos elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
Transformadores de corrente permitem que instrumentos de medidas possam medir altas correntes presentes no circuito primário. Entretanto, isso é possível somente quando o TC é dimensionado de maneira correta. Para aplicação à medição, os TCs devem suportar uma certa carga nos terminais primário e secundário, que dependerá das especificações técnicas feitas pelo projetista. Marque a alternativa que apresenta as especificações corretas.
Da mesma forma que os TCs, os Transformadores de Potencial (TPs) são equipamentos muito importantes no sistema elétrico de potência, pois permitem que os instrumentos de medição e de proteção funcionem adequadamente. Apresentam enrolamentos primário e secundário e uma relação de tensão. A tensão deles é padronizada em 115V e \(115\sqrt{3}\). Com essa tensão baixa, além de diminuir a tensão apresentada no primário, é possível alimentar cargas como circuitos de comando e proteção. Assim, são instalados juntamente aos transformadores de corrente, fornecendo corrente e/ou tensão aos instrumentos conectados nos enrolamentos secundários.
Os TPs se parecem muito com os transformadores de potência convencionais. E, diferentemente do TC, o primário é constituído de muitas espiras.
Os TPs são fabricados de acordo com o grupo em que se enquadram, o que depende da ligação à rede elétrica. O enrolamento primário é constituído de uma bobina de várias camadas de fio, submetida a uma esmaltação, que garante o isolamento entre as bobinas (MAMEDE FILHO, 2013). O enrolamento secundário é semelhante e isolado do núcleo e do enrolamento primário, por meio de fitas de papel especial.
Nessas condições, esse transformador se torna compacto, de peso relativamente pequeno.
Os TPs podem ser classificados como indutivos e capacitivos. De acordo com Mamede Filho (2013), os TPs indutivos são mais utilizados que os capacitivos, devido ao custo inferior, tendo a estrutura básica formada por um enrolamento primário envolvendo um núcleo comum ao enrolamento secundário, funcionando pelo processo de indução mútua. Já sobre os TPs capacitivos, Mamede Filho (2013) afirma que eles são constituídos, de forma genérica, por dois capacitores em série, formando um divisor capacitivo, topologia que tem a vantagem de permitir comunicação por meio do sistema carrier.
Segundo Mamede Filho (2013), os TPs indutivos são construídos segundo três grupos:
são aqueles projetados para ligação entre fases. São, basicamente, os utilizados nos sistemas de até 34,5 kV. Os transformadores enquadrados neste grupo devem suportar, continuamente, 10% de sobrecarga (MAMEDE FILHO, 2013).
TPs projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas diretamente aterrados, isto é, Rz /Xp 1, sendo Rz o valor da resistência de sequência zero do sistema; e Xp, o valor da reatância de sequência positiva do sistema (MAMEDE FILHO, 2013).
TPs projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas em que não se garanta a eficácia do aterramento (MAMEDE FILHO, 2013).
Para o entendimento de como os enrolamentos primários e secundários interagem com o núcleo ferromagnético de um TP, temos as Figuras 2.4 e 2.5. Na Figura 2.4, temos um tipo de TP muito utilizado quando se quer obter uma tensão na configuração triângulo (\(\Delta\)) em uma subestação. Na Figura 2.5, por ter três contatos na saída secundária, há a possibilidade de obter a tensão na configuração estrela (Y) e \(\Delta \).
#PraCegoVer: imagem contendo o núcleo do ferro e os enrolamentos primário e secundário do TP, além do aterramento. Estão identificados: “núcleo do ferro”, “enrolamento secundário”, “enrolamento”, “aterramento”. Os contatos: X1, X2 e H1.
#PraCegoVer: imagem contendo o núcleo do ferro e os enrolamentos primário e secundário do TP, além do aterramento com uma derivação no primário. Estão identificados: o “núcleo do ferro”, o “enrolamento primário”, o “enrolamento secundário”, o “aterramento”, o nível de tensão de 115 V entre os contatos X1 e X2 e de 115 \(\sqrt{3}\) V de X2 para um ponto central do enrolamento secundário e o contato H1.
De acordo com Mamede Filho (2013, p. 359):
O TP é o sensor que realiza a transdução da tensão do sistema de potência para níveis apropriados para o processamento de relés de proteção, medidores e para fins de controle e supervisão. Os transformadores de potencial se parecem muito com os transformadores de potência convencionais. Diferentemente do TC, o primário é constituído de muitas espiras, enquanto o secundário possui número suficiente para se obter uma tensão nominal de 115V ou 115/√3 VA.
A conexão dos TPs é feita, diretamente, com a rede elétrica com isolação para todas as classes de tensão previstas na norma NBR 5410 e nas demais normas de segurança elétrica. Os TPs têm enrolamentos envolvidos entre si, mas isolados eletricamente, tal como os transformadores de potência com núcleo envolvente. Todos os instrumentos de medida são conectados em paralelo ao mesmo secundário, atuando sobre todos os instrumentos simultaneamente.
Os TPs devem ter aterramento tanto dos terminais como da carcaça, para evitar fuga de corrente e para manter a segurança da instalação e do operador.
A NBR 6855 apresenta algumas características para a especificação do equipamento. Os parâmetros mínimos que podem ser destacados são estes.
#PraCegoVer: tabela contendo os valores de tensão primária e secundária dos TPs e as respectivas relações de transformação. “Grupo 1, ligação fase-fase” se divide em duas colunas: “Tensão primária nominal” e “Relação nominal”. Os valores da coluna de “Tensão primária nominal” são: 115; 230; 575; 2300; 4600; 11500; 13800; 34500; 44000; 69000. Os valores da coluna de “Relação nominal” são: 1:1; 2:1; 5:1; 20:1; 40:1; 100:1; 120:1; 300:1; 400:1; 600:1. “Grupos 2 e 3, ligação fase-neutro” se divide em três colunas: “Tensão primária nominal”, “Relação nominal de tensão secundária de 115/ \(\sqrt{3}\)” e “Relação nominal de tensão secundária de aproximadamente 115V”. Os valores da coluna de “Tensão primária nominal” são: 230/ \(\sqrt{3}\); 575/ \(\sqrt{3}\); 2300/ \(\sqrt{3}\); 4600/ \(\sqrt{3}\); 11500/ \(\sqrt{3}\); 13800/ \(\sqrt{3}\); 34500/ \(\sqrt{3}\); 44000/ \(\sqrt{3}\); 69000/ \(\sqrt{3}\); 88000/ \(\sqrt{3}\); 115000/ \(\sqrt{3}\); 138000/ \(\sqrt{3}\); 23000/ \(\sqrt{3}\). Os valores da coluna “Relação nominal de tensão secundária de 115/ \(\sqrt{3}\)” são: 2:1; 5:1; 20:1; 40:1; 100:1; 120:1; 300:1; 400:1; 600:1; 800:1; 1000:1; 1200:1; 2000:1. Os valores da coluna “Relação nominal de tensão secundária de aproximadamente 115V” são: 1,2:1; 3:1; 12:1; 24:1; 60:1; 70:1; 175:1; 240:1; 350:1; 480:1; 600:1; 700:1; 1200:1.
Algumas especificações técnicas aplicadas aos TCs também são requisitadas nos TPs, como a finalidade (se os TPs serão usados para medição ou proteção), as dimensões (se os TPs serão usados para subestações de alta tensão ou para subestações de média tensão) e a frequência (se os TPs vão operar em uma frequência de 50 Hz ou de 60 Hz).
O artigo sugerido apresenta três tipos de modelos para representar os TCs em programa de simulação de circuitos elétricos. Neste caso, ele exemplifica no ATP, que é um software muito utilizado em simulação de redes elétricas. Diversas especificações técnicas dos TCs são possíveis, variando as características do núcleo ferromagnético, a quantidade de espiras primárias e secundárias, a frequência nominal etc. O ATP, juntamente com o PowerWorld, é um programa no qual podemos modelar os componentes da rede elétrica, muito utilizado em sistemas elétricos de potência. O estudo apresentado possibilita testarmos os circuitos elétricos de medição, prevendo faltas que podem ocorrer e prejudicam o circuito e os equipamentos.
Para saber mais, acesse: https://www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/2010/04/Ed49_fevereiro_protecao_seletividade_capII.pdf
Fonte: Adaptado de Mardegan (2010).
As especificações técnicas para cada aplicação do TP são consideradas de forma diferente. Por exemplo, a classe de exatidão de TPs de medição exige um erro baixo na medição, enquanto, nos TPs de proteção, o erro não precisa ser tão pequeno, devendo, apenas, ter uma boa relação de transformação, de acordo com o relé de proteção.
A norma NBR 6855 — Transformador de potencial indutivo – Requisitos e ensaios é a norma brasileira quando se trata de TPs, baseada em normas internacionais da IEC. Outras normas são consultadas além desta, tal como a norma IEEE C57.13: IEEE Standard Requirements for instrument. A seguir, estão as normas recomendadas para o correto dimensionamento e o uso dos TPs nas aplicações.
Leia o trecho a seguir.
“Os transformadores ideais descritos nunca poderão ser construídos na realidade. O que pode ser construído são transformadores reais – duas ou mais bobinas de fio fisicamente enroladas em torno de um núcleo ferromagnético. As características de um transformador real se aproximam das características de um transformador ideal, mas somente até um certo grau”.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
A partir das informações apresentadas, sobre transformadores ideais e reais, avalie as afirmativas a seguir.
I. A potência, em um transformador ideal, no enrolamento primário, é a mesma que no enrolamento secundário, caso que ocorre, da mesma forma, nos transformadores reais.
II. As correntes parasitas presentes no núcleo dos transformadores têm a intensidade diminuída devido ao fato de a construção do núcleo ferromagnético ser em lâminas delgadas.
III. A relação entre correntes no primário e no secundário de um transformador é inversamente proporcional ao número de espiras, tanto para transformadores ideais como para reais.
IV. O transformador necessita de uma corrente de “partida” para que funcione; essa corrente é chamada de corrente de magnetização.
É correto o que se afirma em:
De acordo com Chapman (2013), o transformador é um equipamento capaz de converter a energia elétrica de corrente alternada de uma tensão em outra, de modo que as frequências sejam as mesmas e fornecendo quase a mesma quantidade de energia de um enrolamento a outro. A construção dele se dá por meio de enrolamentos (bobinas) primários, de entrada, e secundário, de saída, e de um núcleo ferromagnético. Isso é possível graças ao fenômeno de indução magnética. Essas bobinas, geralmente, não estão conectadas, diretamente, entre si, apenas com o fluxo magnético do núcleo energizado passando através dos enrolamentos.
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Um dos enrolamentos do transformador é ligado a uma fonte de energia elétrica CA, e o segundo (e, possivelmente, um terceiro) enrolamento do transformador fornece energia às cargas. O conceito de transformador ideal seria um transformador em que não houvesse perda de potência elétrica de um enrolamento a outro; já quando consideramos transformadores reais, levamos em consideração perdas elétricas e térmicas que o dispositivo venha a ter (CHAPMAN, 2013).
Se um transformador elevar o nível de tensão de um circuito, ele acaba diminuindo a corrente no enrolamento secundário, pois deve haver o balanço de potência elétrica. Afinal, o transformado somente converte tensões e não tem capacidade de gerar energia.
Os transformadores de potência permitem que a energia seja gerada em locais distantes e, depois, que a tensão seja elevada, para diminuição de perdas, e transmitida a longas distâncias, com perdas muito baixas; e, finalmente, a tensão é rebaixada, de novo, para o uso final.
A construção dos transformadores de potência quanto ao núcleo ferromagnético pode ser de dois tipos. Em um deles, o núcleo é formado por um bloco retangular laminado, que é envolvido pelos enrolamentos primário e secundário, um em cada extremidade do transformador. A essa forma de construção, dá-se o nome de núcleo envolvido (CHAPMAN, 2013), como ilustrado na Figura 2.6.
O outro tipo consiste em um núcleo laminado com três extremidades, com o formato do número 8. Nesse caso, os enrolamentos do transformador envolvem a parte central do núcleo (CHAPMAN, 2013), como ilustrado na Figura 2.7. Nos dois casos de construção, o núcleo é formado por lâminas finas, cortadas em pequenas áreas, sendo eletricamente isoladas entre si. Isso é o suficiente para minimização das correntes de Foucault.
Os transformadores de potência recebem diversos nomes, dependendo do uso que é feito nos sistemas de potência elétrica. Na GTD de energia elétrica, na transição entre cada etapa do caminho da energia elétrica, há a presença de um tipo de transformador. Da geração para a transmissão, temos transformadores elevadores, que elevam a tensão produzida nos geradores (turbinas hidráulicas, placas solares, turbinas eólicas etc.), para que seja realizada a transmissão de energia em níveis de tensão acima de 100 kV, suportados pelas linhas de transmissão. Ao final das linhas de transmissão, temos os transformadores abaixadores de tensão, que rebaixam a alta tensão para níveis primários das redes de distribuição, geralmente, entre 13,8 kV e 34,5 kV. E, por fim, temos os transformadores de distribuição, que são os que convertem a tensão primária, em média tensão, para a secundária, em baixa tensão, geralmente, em 127/220 V. Todos os transformadores apresentarão a mesma forma de construção, o que irá diferenciá-los é, somente, a utilidade.
No estudo de funcionamento, os transformadores devem ser analisados nas três situações particularmente mais importantes que assumem durante a operação (MAMEDE FILHO, 2013). As situações serão demonstradas a seguir.
Os transformadores de potência apresentam parâmetros elétricos que estão relacionados à forma de operação, que irá depender da carga que será acoplada nos terminais secundários. As características da carga e a da rede elétrica à qual o transformador será conectado determinarão as especificações técnicas que devem ser seguidas.
Transformadores monofásicos (F-N) ou bifásicos (F-F):
\({{I}_{n}}={{S}_{n}}/{{U}_{n}}\) (2.5)
Transformadores trifásicos:
\({{I}_{n}}={{S}_{n}}/\left( \sqrt{3\times }{{U}_{n}} \right)~\) (2.6)
De acordo com Cotrim (2009):
Sn — potência nominal, em kVA.
Un — tensão nominal, em kV.
\(\eta ={{P}_{s}}/{{P}_{p}}\) (2.7)
Em que:
Ps — potência absorvida pelo secundário;
Pp — potência absorvida pelo primário.
A seguir, são descritas as normas relacionadas aos transformadores de potência:
As subestações são os locais de transformação de energia da rede elétrica, tanto para transmissão e para distribuição de energia elétrica. O uso de transformadores mais eficientes é essencial para alimentar cargas cada vez mais complexas. Os equipamentos presentes nas subestações são antigos e necessitam de atualizações, para estar conforme as tecnologias digitais de hoje.
O surgimento do conceito de subestações digitais tem sido a solução para os problemas complexos envolvendo a rede elétrica. Os desafios são grandes para ocorrer a transição das subestações convencionais para as subestações digitais.
A transição, com um certo investimento em tecnologias inteligentes (análise de dados, aprendizado de máquina etc.), deve ser realizada pelos envolvidos no processo. Será que as concessionárias de energia estão migrando e investindo nas novas tecnologias?
As normas brasileiras para qualquer equipamento levam em consideração normas internacionais, e isso se deve a uma forma de padronizar os equipamentos em todo o mundo. Ao seguirmos as normas estabelecidas para os equipamentos, garantimos que eles funcionarão de forma correta, validando os projetos em que esses equipamentos serão instalados.
Considere que um transformador de potência tenha a capacidade de potência de 20 kVA, uma relação de transformação de 8.000/240 V e 60 Hz. Foi realizado o ensaio a vazio no lado secundário do transformador, e o ensaio de curto-circuito foi realizado no lado primário do transformador (para reduzir a corrente máxima a ser medida). O ensaio de circuito aberto tem o objetivo de reduzir a tensão máxima para que esta possa ser medida. O ensaio de curto-circuito, por sua vez, tem o objetivo de reduzir a corrente máxima para que esta seja medida. Realizando os procedimentos descritos, foi obtida a seguinte tabela:
#PraCegoVer: a tabela é dividida em duas colunas: “Ensaio a vazio (no secundário)” e “Ensaio de curto-circuito (no primário)”. Na primeira coluna, temos os valores: Vvz=240 V; lvz=7.133 A; Pvz=400 W. Na segunda coluna, temos os valores: Vcc=489 V; lcc=2,5 A; Pcc=240 W.
Encontre o fator de potência durante o ensaio em vazio e durante o ensaio de curto-circuito do transformador.
Para o cálculo, considerar as fórmulas:
\[FP=cos~\theta ~=~{{P}_{VZ}}/\left( {{V}_{VZ}}\times {{I}_{VZ}} \right)\]
\[FP=cos~\theta ~=~{{P}_{CC}}/\left( {{V}_{CC}}\times {{I}_{CC}} \right)\]
O fator de potência durante o ensaio a vazio é:
\(FP=cos~\theta ~=~{{P}_{VZ}}/\left( {{V}_{VZ}}\times {{I}_{VZ}} \right)=400/\left( 240\times 7,133 \right) \\ =0,234~atrasado\)
O fator de potência durante o ensaio de curto-circuito é:
\(FP=cos~\theta ~=~{{P}_{CC}}/\left( {{V}_{CC}}\times {{I}_{CC}} \right)=240/\left( 489\times 2,5 \right) \\ =0,196~atrasado\)
Os disjuntores são equipamentos destinados à manobra e à proteção dos circuitos, com a capacidade de interromper a passagem de corrente elétrica. Entretanto a função de proteção é possível, somente, quando eles estão associados a relés de proteção, que irão detectar anomalias no circuito, como surtos de tensão, correntes de curto-circuito e fluxo indevido de potência, dentre outras situações. Ocorrendo uma dessas situações, o disjuntor deve atuar de forma rápida, para que não danifique os equipamentos a montante e a jusante dele. Quando instalado sem estar associado a um relé, o disjuntor tem a função de uma chave de manobra. Segundo Mamede Filho (2013, p. 403):
A função principal de um disjuntor é interromper as correntes de defeito de um determinado circuito durante o menor espaço de tempo possível. Porém, os disjuntores são também solicitados a interromper correntes de circuitos operando a plena carga e a vazio, e a energizar os mesmos circuitos em condições de operação normal ou em falta.
O disjuntor apresenta características únicas que o diferenciam dos demais equipamentos, não podendo ser substituído por outro dispositivo. São projetados para trabalharem em ambientes com temperatura e umidade relativa durante bastante tempo.
Os disjuntores são classificados e denominados de acordo com o meio de extinção do arco elétrico. Os tipos comuns de disjuntores são:
#PraCegoVer: desenho esquemático representando o disjuntor de sopro magnético e o caminho do arco elétrico. São apontados os terminais e os contatos do transformador para extinção do arco elétrico. Ao todo, são três desenhos. No desenho à esquerda, há a indicação dos terminais, dos contatos principais e do contato auxiliar que irá conduzir o arco elétrico para a câmara de extinção do disjuntor. Ao centro, temos o mesmo desenho descrito, com o arco elétrico dentro da câmara de extinção, com os contatos auxiliares impedindo que o arco elétrico saia da câmara de extinção. No desenho à direita, temos, ainda, o mesmo desenho descrito, mas, agora, com a bobina de sopro extinguindo o arco elétrico com ativação do contato auxiliar.
#PraCegoVer: a imagem mostra um disjuntor a grande volume de óleo e as indicações das estruturas, como terminais e relés de ação. O transformador é composto de um grande tanque metálico em formato cilíndrico, com rodas direcionais ligadas a uma estrutura de ferro, para dar sustentação ao tanque; os terminais de carga estão localizados logo acima do tanque, juntamente com os relés de ação, e o comando do disjuntor está à frente do tanque.
O disjuntor é um dispositivo eletromecânico de manobra capaz de interromper as correntes de carga e de curto-circuito em alta velocidade, protegendo instalações elétricas contra sobrecargas. O disjuntor é comandado por relés para abertura do circuito, funcionando como dispositivo de proteção. Quando os disjuntores estão fechados, permitem a passagem da corrente nominal do circuito. Caso haja alguma situação anormal no circuito, o disjuntor deve atuar juntamente com a proteção e abrir o circuito com segurança.
Os disjuntores e os fusíveis têm a mesma função. No entanto, os disjuntores apresentam uma vantagem sobre os fusíveis, pois, na ocorrência de defeitos, os disjuntores podem ser rearmados, manualmente, podendo atuar de novo; já os fusíveis são utilizados uma única vez após atuarem. Por esse motivo, os disjuntores são utilizados tanto na manobra do circuito como na proteção do circuito.
A operação básica do disjuntor na subestação ocorre da seguinte forma: o relé secundário, por meio dos terminais secundários dos TPs e dos TCs, detecta alguma anormalidade no circuito. Uma das proteções presentes no relé é a de corrente de curto-circuito, que, quando detectada, faz com que os contatos internos do relé sejam fechados. O fechamento dos contatos do relé energiza a bobina de abertura do disjuntor, que é alimentada por uma fonte auxiliar. Por fim, o disjuntor faz a abertura do circuito, impedindo que a corrente de curto-circuito se propague no circuito.
O disjuntor é um dispositivo que tem a capacidade de ser utilizado sobre carga, ou seja, as cargas podem estar sendo alimentadas quando houver a abertura do circuito. Entretanto a abertura de qualquer tipo de chave sobre carga cria um arco elétrico, sendo necessários uma rápida desionização e um resfriamento do arco elétrico (MAMEDE FILHO, 2013). Por essa razão, existem diversos tipos de disjuntores, cada um tendo o próprio meio de extinção do arco elétrico, o que deve ocorrer de forma rápida; caso contrário, o circuito continuará sendo alimentado com uma corrente alta, ligada através do arco elétrico.
Segundo a NBR 7118 e a NBR 62271-100, as especificações das características elétricas e mecânicas dos disjuntores são:
A NBR IEC 62271-100, de 05/2012, trata de equipamentos de alta-tensão. Esta é uma tradução da norma internacional IEC de mesmo número, que trata das características construtivas e especificações técnicas dos disjuntores, além dos testes a que esses disjuntores devem ser submetidos, tais como: teste do dielétrico, medição de resistência, continuidade nos contatos, dentre outros, que asseguram o correto funcionamento dos disjuntores. A norma é destinada somente a disjuntores que operam em frequências de 50 e 60 Hz com tensão superior a 1.000 V, já que, abaixo dessa tensão, o circuito se classifica como de baixa tensão, de acordo com a NBR 5410.
As concessionárias utilizam essa norma para confecção das demais normas técnicas das concessionárias, nas quais são cobrados testes e especificações técnicas. Isso garante a segurança do sistema elétrico, tanto para a concessionária como para os acessantes da rede. Testes mais rigorosos são exigidos dos fabricantes na fabricação dos equipamentos. Dos acessantes da rede, é exigido que os disjuntores sejam testados na etapa de comissionamento da subestação.
#PraCegoVer: o infográfico estático, intitulado “Vista geral de uma subestação”, apresenta a ilustração da visão geral de uma subestação, com números marcando partes específicas que serão nomeadas e definidas a seguir. A primeira caixa de texto, com o número 1, nomeada “TP”, apresenta a definição “transformadores de potencial usados na medição e proteção de sistemas elétricos. Esses transformadores têm a capacidade de rebaixar a tensão a níveis em que os instrumentos de precisão possam ser utilizados. A segunda caixa de texto, com o número 2, nomeada “Disjuntor de alta tensão”, apresenta a definição “é um dispositivo eletromecânico, composto por uma fonte auxiliar e uma bobina de abertura interna, utilizado para proteção e manobra em sistemas elétricos de potência. Tem a capacidade de extinção de arco elétrico quando aberto sobre carga”. A terceira caixa de texto, com o número 3, nomeada “TC”, apresenta a definição “transformadores de corrente usados na medição e na proteção dos sistemas. Têm a capacidade de rebaixar a corrente a níveis nos quais os instrumentos de precisão possam ser utilizados”. A quarta caixa de texto, com o número 4, nomeada “Transformador de potência”, apresenta a definição “é um transformador de tensão utilizado para elevar e rebaixar tensões, para transmissão e distribuição de energia nos sistemas elétricos. É dimensionado de acordo com a carga que será alimentada, podendo variar as tensões no secundário e no primário dos seus enrolamentos e, consequentemente, a corrente fornecida à carga”.
Todo equipamento no sistema elétrico de potência necessita passar por ensaios e por comissionamento, quando instalado no circuito, para ter o funcionamento garantido. Os ensaios realizados nos disjuntores asseguram que as peças internas do disjuntor estejam funcionando adequadamente. Os ensaios podem envolver situações anormais que o disjuntor possa vir a sofrer, por exemplo, surtos de sobretensão, devido a descargas atmosféricas ou, até mesmo, surtos na rede da concessionária. Existem, também, normas complementares à NBR IEC 62271-100, que são:
Os autotransformadores são equipamentos que permitem que cargas não adaptadas ao tipo de tensão da rede elétrica sejam conectadas sem serem danificadas por sub ou sobretensão. Se considerarmos um transformador de 200VA e 240/24 V, ele deve ser conectado de forma que opere como um autotransformador elevador. Veja a figura a seguir. Uma tensão primária de 240 V é aplicada ao transformador.
#PraCegoVer: a imagem apresenta um circuito elétrico de um autotransformador. É aplicada uma tensão VB de 240 V com 0° de defasagem no enrolamento NC, que contém 240 espiras, e há a presença de uma corrente IB sendo injetada entre o enrolamento NC e NSE, este último contendo 24 espiras. Na extremidade secundária, temos a tensão VA a ser descoberta, que apresenta uma corrente IA saindo dos enrolamentos de NSE.
Fórmula: \({{V}_{A}}=\left( {{N}_{SE}}+{{N}_{C}} \right)\times {{V}_{L}}/{{N}_{C}}\)
Qual é a tensão secundária do transformador?
A forma de conexão do circuito interno do transformador nos diz que este deve ser um transformador utilizado para elevar a tensão. Como tensão secundária é Va, logo, temos:
\({{V}_{A}}=\left( {{N}_{SE}}+{{N}_{C}} \right)\times {{V}_{L}}/{{N}_{C}}=\left( 24+240 \right)\times 240/240=264~V\)
Ano: 2021
Comentário: Tesla foi um dos maiores inventores de sua época. Entre os feitos dele, está o uso de equipamentos que utilizavam a corrente alternada. Na época, existia um embate entre Nikola Tesla e Thomas Edison; Tesla defendia o uso da corrente alternada, e Edison, o uso da corrente contínua. Edison fez o que pode para acabar com a reputação de Tesla, desmerecendo as invenções deste, colocando-o em total descrédito. Se hoje temos energia sendo transmitida a longas distâncias, é devido às descobertas de Tesla e aos transformadores de potência. Para os assuntos estudados aqui, deve-se assistir ao trecho de 14:37 a 25:00, que trata dos meios de transmissão de energia proporcionados pelos transformadores.
Para conhecer mais sobre o conteúdo, acesse o vídeo disponível em:
Autor: Stephen J. Chapman
Editora: AMGH
Capítulo: 2
Ano: 2013
ISBN: 978-85-8055-207-2
Comentário: o livro trata de máquinas elétricas, e o transformador não deixa de ser uma máquina elétrica estática. No Capítulo 2, você será capaz de compreender a finalidade de um transformador em um sistema de potência; conhecer as relações entre tensão, corrente e impedância dos enrolamentos de um transformador ideal; compreender como as perdas elétricas podem afetar o funcionamento dos transformadores reais, dentre outros assuntos mais aprofundados.
No decorrer deste material, estudamos alguns dos componentes essenciais em um projeto de subestação de alta e média tensão. Foram apresentados os transformadores de corrente e de potencial, que são utilizados na medição e na proteção, juntamente com outros dispositivos de proteção, como relés microprocessados; ambos os transformadores podem reduzir a corrente e a tensão de circuitos de potência, para que seja realizada a leitura pelos instrumentos de medição. Foram vistos, ainda, as características construtivas, o princípio de funcionamento, as especificações técnicas e as normas que devem ser seguidas para a melhor operação desses dois equipamentos. Tanto o TC como o TP são usados para alimentação de pequenas cargas, pois não devem alterar a leitura da grandeza correta nos enrolamentos primários. Para alimentar cargas maiores, vimos que são usados transformadores de potência. Estes são utilizados na transmissão e na distribuição de energia elétrica, sendo essenciais no sistema elétrico de potência. O transformador de potência não apresenta uma classe de exatidão com o TP e o TC, já que não necessita de precisão na função que exercerá. Por fim, em conjunto com todos esses equipamentos, temos o disjuntor, que exerce a função de manobrar o circuito e, quando conectado ao relé de proteção, atua como proteção em alta tensão.
ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5410 — instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 62271-100: disjuntores de alta tensão de corrente alternada. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5356 — transformadores de potência. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6856 — transformador de corrente com isolação sólida para tensão máxima igual ou inferior a 52 kV — especificação e ensaios. Rio de Janeiro: ABNT, 2021a.
ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6855 — transformadores de potencial. Rio de Janeiro: ABNT, 2021b.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (Disponível na Minha Biblioteca).
COTRIM, A. Instalações elétricas. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
MAMEDE FILHO, J. Manual de equipamentos elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
MARDEGAN, C. Transformadores de corrente, potencial e bobinas de Rogowski para fins de proteção — parte II. O Setor Elétrico, 2010. Disponível: https://www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/2010/04/Ed49_fevereiro_protecao_seletividade_capII.pdf. Acesso em: 4 mar. 2022.
NIKOLA Tesla — o inventor mais injustiçado da história — doc nostalgia. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (74 min.). Publicado pelo canal Canal Nostalgia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pYP7OGTdYY8&t=798s. Acesso em: 13 abr. 2022.